segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Passaporte para a excelência em rodas grandes.

A Scott apresentou neste ano de 2010 seu primeiro modelo de 29er, a Scale 29. A bike testada anteriormente pelo P29BR (http://projeto29brasil.blogspot.com/2010/06/p29br-29er-test-scott-scale-29-parte-2.html) mostrou que a marca começava a trilhar o caminho certo em termos de aro 29". A linha 2011 chegou, ampliada e aperfeiçoada, alçando seguramente a Scott ao posto de um dos protagonistas no mercado de 29ers.
São agora cinco opções para os amantes das rodonas, duas construídas em carbono e outras três em liga de alumínio 6061 de espessura de parede variável, entre elas a Scale 29 Team, modelo intermediário que além de tecnicamente sólido, demonstra claramente o compromisso da fábrica com o design e a apresentação do produto, as cores e grafismos são coordenados entre quadro, garfo, manoplas e selim, todos em tons de azul.

Somente as bikes de alumínio da linha 2011 de 29ers da Scott estarão disponíveis também em tamanho Small (Pequeno), além dos tradicionais M, L e XL. O quadro Scott Scale 29 tamanho S, equivale ao tamanho 15.6" (medida compreendida entre o eixo co movimento central e o topo do seat tube) e, segundo um útil Size Chart encontrado no site do fabricante, é recomendado para bikers com estatura compreendida entre 1,60m e 1,75m.
A Scott continua apostando no diferencial de 29ers equipadas com suspensões com 100mm de curso e ângulo de tubo de direção mais relaxado, o que já conferia estabilidade ao conjunto. Nos novos modelos o comprimento da bonita mesa Scott Comp está ligeiramente menor, resultando em ganho de agilidade e manobrabilidade, ampliando o horizonte de possibilidades da Scale 29.
Chama a atenção uma escolha criteriosa dos componentes que equipam as novas 29ers da Scott. A bike tamanho S testada pelo P29BR, além contar com uma mesa de 70mm, apresenta um pedivela de eixo integrado Shimano com 170mm de comprimento, seguindo um conceito de proporcionalidade e enfatizando uma preocupação da marca em "vestir" corretamente o piloto de menor estatura. A bike pesou 12,3Kg.
A traseira curta da Scale 29 Team parece transmitir integralmente às rodas da bike cada Watt de força despejada nos pedais, naquela que pode ser considerada uma das principais virtudes da linha de 29ers da Scott. A bike acelera sem qualquer hesitação apoiada em uma confiável transmissão Shimano com destaque para o câmbio traseiro SLX Shadow, talvez o de melhor custo X benefício da marca japonesa. Não posso deixar de citar os pneus, os Schwalbe Rocket Ron são simplesmente os melhores que já experimentei até hoje para o XC, com baixa resistência à rolagem, um volume considerável e cravos inteligentemente distribuídos.
Já foi o tempo em que se imaginavam as bicicletas de rodas grandes ineficientes nas subidas. A Scale 29 Team pode ser considerada mais uma daquelas 29ers modernas e bem concebidas a contrariar essa equivocada teoria, com uma relação equilibrada entre o comprimento do top tube e da mesa, posicionando o piloto no cockpit de maneira confortável, ainda que perfeitamente adaptada ao uso competitivo. Colaborou ainda para um alto grau de conforto em subida o guidão Scott Pilot 15 Team, que a despeito de não estar entre os mais largos, é de fato muito bom.

Nas descidas a 29er da Scott mais uma vez se mostrou equilibrada. A suspensão Tora TK, apesar de contestada de antemão por vários blog-leitores por conta do seu peso, brilhou, fato que até era de se esperar de um garfo que se aproveita bem das qualidades do amortecimento via mola helicoidal. O produto da Rock Shox conta ainda com hastes de 32mm, controle de retorno e a já conhecida e útil trava PopLoc no guidão. O detalhe fica por conta da dureza da mola escolhida pela fábrica para Tora, eu com 75Kg não consegui utilizar os 100mm de curso disponível em nenhuma oportunidade, ainda assim, a Scale 29 Team engolia as irregularidades da trilha e fazia curvas incríveis, resultado também de uma distância entre eixos até certo ponto compacta e mais uma vez do auxílio dos pneus Rocket Ron.

A Scott prefere apostar em rotores de freio maiores na dianteira, 185mm, mais uma vez para compensar a alavanca consideravelmente maior gerada pelas rodas de 29". Os freios da Scale 29 Team são os básicos BR-M445 da Shimano, entretanto se converteram desde o princípio em uma das surpresas do teste. Funcionaram extremamente bem, com modulação e potência superiores ao modelo Shimano Deore 2010 que havia utilizado algumas semanas antes em outra bike.

O que já está bom, pode ainda ficar melhor. Lembrando que a pedalada numa 29er é cerca de 10% mais pesada que numa bicicleta aro 26", o cassette HG-61 12-36 da Shimano seria muito bem vindo aqui, além do que, neste caso não haveria um acréscimo de peso que pudesse ser considerado prejudicial ao desempenho do conjunto, muito pelo contrário. Os excelentes pneus Schwalbe são de arame, por isso, caso pense prioritariamente em competir, diminuir o "peso rodante" seria uma prioridade, assim um upgrade para a versão de kevlar do mesmo Rocket Ron faria todo sentido. Sem esquecer da conversão das rodas para tubeless, algo que considero fundamental para melhorar o desempenho de qualquer que seja a sua 29er. Poderia falar também das manoplas de guidão que não são do tipo lock-on, entretanto as originais montadas na Scale 29 Team são lindas, compõe bem com o resto da bike e além de tudo são muito confortáveis, por tudo isso, vale fixá-las com spray de cabelo e continuar usando as mesmas.
A Scott entra em 2011 prometendo briga dura com a concorrência, apostando em uma linha mais abrangente de 29ers com uma geometria amadurecida e tudo para levar tanto o proprietário, quanto a marca, ao topo. A intermediária Scale 29 Team é uma opção interessante para aqueles que buscam uma 29er confiável, atual, apta a percorrer grandes distâncias e ainda enfrentar uma prova num final de semana qualquer. A Scale 29 Team que tem como coração um quadro lindo e leve chegou às lojas brasileiras custando R$ 4.999,90.

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